quarta-feira, 27 de outubro de 2010

ANGRA 1, 2 e 3


ANGRA 1
- A usina tem potência de 657 MW e gerou aproximadamente 3,4 milhões de MWh em 2006.
- Os testes operacionais foram iniciados em 1981, um ano antes da usina ser autorizada a funcionar com 30 por cento de sua capacidade. Angra 1 entrou em operação comercial em 1984.
- Angra 1 interrompeu as atividades no dia 2 de junho para reabastecimento de combustível e manutenção. A usina deve reiniciar as operações no dia 7 de julho.
ANGRA 2
- A usina tem potência de 1.350 MW e gerou aproximadamente 10,4 milhões de MWh em 2006.
- Angra 2 começou a fase de testes em junho de 2000 e entrou em operação comercial em 2001.
- A construção das instalações da usina custou 5,057 bilhões de reais.
ANGRA 3
- A usina possuirá potência nominal de 1.350 MW.
- As obras de Angra 3 foram iniciadas em 1984, pela construtora Andrade Gutierrez. Em abril de 1986, as obras foram paralisadas, porém o contrato continua em vigor.
- A Eletronuclear, empresa que administra o complexo de usinas em Angra, estima que a conclusão da usina deve custar 7,2 bilhões de reais, com 70 por cento deste valor voltado à aquisições de produtos encontrados no mercado interno.
- De acordo com a companhia, desde a interrupção das obras, há uma equipe responsável pela manutenção das instalações e do canteiro remanescentes. Em 2007, a Eletronuclear pagará 5,9 milhões de reais à construtora por este serviço. 
- A maior parte dos equipamentos da usina já foi adquirido e custou por volta de 600 milhões de euros (valor de 1999).

MATÉRIA-PRIMA E CONTRIBUIÇÃO NA MATRIZ ENERGÉTICA



- O Brasil possui a sexta maior reserva geológica de urânio do mundo, concentrando 6 por cento de todo o minério existente na Terra. O urânio é matéria-prima do combustível utilizado nas usinas nucleares.
- O país produz, desde 2006, urânio enriquecido em escala industrial, etapa mais importante do ciclo do combustível nuclear, pelo processo da centrifugação. Esta tecnologia também pode ser utilizada na fabricação de armas atômicas.
- Angra 1 e Angra 2 somadas representaram 3 por cento da produção de energia elétrica brasileira em 2006, segundo estudo da Empresa de Pesquisa Energética. As hidrelétricas contribuíram com 75,9 por cento da oferta, com térmicas, biomassa e eólica respondendo pelo restante.
- No dia 20 de fevereiro de 2006, as usinas de Angra 1 e Angra 2 acumularam a produção de 100 milhões de megawatts/hora (MWh) num período de 21 anos, valor equivalente à energia gerada por Itaipu em um ano.

PROGRAMA NUCLEAR BRASILEIRO


- O Programa Nuclear Brasileiro foi lançado em 1967, pelo Ministério das Minas e Energia (atualmente, o programa está no âmbito do Ministério da Ciência e Tecnologia).
- Em 1972, após um acordo com os EUA, o Brasil adquiriu um reator de potência movido a urânio enriquecido, utilizado na primeira unidade da CNAAA, Angra 1.
- Em 1975, o governo assinou com a Alemanha uma parceria que previa a construção de oito usinas nucleares, além da transferência completa da tecnologia empregada na cadeia de produção da energia. Os projetos de Angra 2 e Angra 3 eram parte deste acordo.
- A construção da usina nuclear de Angra 3 já havia sido prevista no Plano Decenal do Ministério de Minas e Energia, que abrange o período entre 2006 e 2015.
- Os estudos preliminares do Plano Nacional de Energia 2030 (PNE-2030) sugerem a construção de quatro novas usinas nucleares, além de Angra 3. Duas das novas unidades deverão ser construídas na Região Nordeste e as outras duas no Sudeste. Todas possuirão potência de mil megawwats (MW).

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A Energia Nuclear no País

O Brasil tem um programa amplo de uso de energia nuclear para fins pacíficos. Cerca de 3 mil instalações estão em funcionamento, utilizando material ou fontes radioativas para inúmeras aplicações na indústria, saúde e pesquisa. No ano passado, o número de pacientes utilizando radiofármacos foi superior a 2,3 milhões, em mais de 300 hospitais e clínicas em todo o país, com um crescimento anual da ordem de 10% nos últimos 10 anos.
Novos ciclotrons, que permitem a produção de radioisótopos para o uso de técnicas nucleares avançadas, foram instalados em São Paulo e no Rio de Janeiro – a CNEN irá instalar, nos próximos anos, ciclotrons em Belo Horizonte e Recife, para tornar disponível essa tecnologia à população dessas regiões.
A produção de radioisótopos por reatores também tem aumentado, graças à modernização dos equipamentos e da melhoria dos métodos de produção.
Novas técnicas de combate ao câncer, com maior eficácia e menos efeitos colaterais, têm surgido, fazendo aumentar a procura pelos radiofármacos, de forma que a demanda sempre supera a produção brasileira. O uso de técnicas com materiais radioativos na indústria tem aumentado com a modernização dos equipamentos importados e com a sofisticação das técnicas de controle de processos e de qualidade.
A demanda por controle de qualidade leva a indústria a utilizar cada vez mais os processos de análise não destrutiva com radiações.
Na área de geração de energia, o Brasil é um dos poucos países do mundo a dominar todo o processo de fabricação de combustível para usinas nucleares. O processo de enriquecimento isotópico do urânio por ultracentrifugação, peça estratégica dentro do chamado ciclo do combustível nuclear, é totalmente de domínio brasileiro.
Hoje, o combustível utilizado nos reatores de pesquisa brasileiros pode ser totalmente produzido no país.
Entretanto, comercialmente ainda fazemos a conversão e o enriquecimento no exterior. As reservas brasileiras de urânio já confirmadas são de 300 mil toneladas e estão entre as seis maiores do mundo. Em termos energéticos, mesmo com apenas uma terça parte do país prospectado, essas reservas são da mesma ordem de grandeza daquelas, atualmente, existentes em petróleo e seriam suficientes para manter em funcionamento 10 reatores equivalentes aos existentes – Angra 1 e Angra 2 – por cerca de 100 anos. O funcionamento dessas duas usinas foi importante no período de falta de energia no Brasil.